Guria, cortei o glúten!

Mariana e Patrícia foram BFF durante todo o ensino fundamental, quando uma delas

mudou de cidade perderam o contato, e agora 15 anos depois, se encontraram numa dessas

lojas de produtos naturais sem glúten, lactose, etc. Mariana seguindo a tendência da moda

logo dispara orgulhosa:

– Guria, cortei o glúten!

Patrícia descobriu uma Doença Celíaca logo após sua primeira gestação. Qual a diferença entre elas?Mariana quer perder peso, ganhar disposição e seguindo a orientação da nutricionista fará uma dieta sem glúten por curto período. Já Patrícia não tem opção, tem uma doença auto-imune desencadeada pelo glúten. A ingestão de glúten mesmo que em pequenas quantidades leva a uma reação imunológica contra o próprio intestino delgado que causa lesões na mucosa e impedem a absorção de nutrientes. A Doença Celíaca é genética,geralmente aparece na infância quando se inicia a dieta com “papinhas”, mas pode surgir em qualquer idade. Os sintomas são muito variáveis e podem incluir dor abdominal, diarreia,anemia, distensão abdominal, abortos de repetição, infertilidade, irritabilidade, constipação,fadiga, etc.

O diagnóstico é feito através de exames laboratoriais, como anticorpos antigliadina,antiendomísio e antitransglutaminas e que quando positivos sugerem Doença Celíaca, para a confirmação realiza-se biopsia de intestino delgado com vários fragmentos. O teste genético também pode ser utilizado.

O tratamento consiste na exclusão de alimentos que apresentem glúten: trigo, centeio,cevada e malte. Além do glúten que “enxergamos” deve-se prestar atenção a composição e processo de fabricação dos alimentos. Você sabia que vodca, achocolatados e até mesmo um simples cafezinho podem conter glúten? Ler rótulos é fundamental! Se você é celíaco não pode comer “só um pedacinho” do alimento com glúten, a dieta deve ser rigorosa e cheia de cuidados. Não pode usar a mesma frigideira de óleo para fritar alimentos com glúten, os mesmos talheres para manipular alimentos, torradeiras, liquidificadores, esponjas de lavar louça, etc. essas medidas evitam a famosa contaminação cruzada!

Por isso que quando vemos propagandas de restaurantes com opções sem glúten precisamos perguntar como o alimento foi processado, será que a cozinha está realmente preparada para produzir alimentos sem glúten? Esse cuidado não é frescura! O celíaco além de passar mal com a ingestão do glúten tem maior probabilidade de desenvolver câncer de intestino delgado se a dieta não for seguida rigorosamente. Hoje temos várias opções disponíveis no mercado, porém os produtos geralmente são caros e encontrados em lojas específicas, dificultando a vida do paciente celíaco.

Imaginem que celíacos levam suas refeições para o trabalho, festas, casas de amigos e até mesmo restaurantes. Em viagens devem estudar seu destino e não podem esquecer del evar snacks na mala de mão. Algumas companhias áreas oferecem refeição sem glúten se solicitados previamente, porém ainda são minoria. Em Curitiba já dispomos de opções gostosas e até mesmo um restaurante descolado onde glúten não entra. Na prática percebemos que o celíaco produz muito de seus alimentos em casa e vários sites podem ajudar:

www.glutenfree.pt,

www.semglutensemlactose.com,

www.specialgourmets.com,

HTTP://semglutenporfavor.blogspot.com.br.

Um bom acompanhamento de gastroenterologista e nutricionista é fundamental para evitar complicações futuras e orientar adequadamente a dieta.

Após terminarem suas compras Mariana e Patrícia foram tomar um café para colocaras novidades em dia. Mariana rapidamente pediu um café e um pão de queijo, enquanto Patrícia chama o gerente para saber se a cevada é misturada ao café e dispensa a bolachinha que acompanha a bebida. Ambas seguindo suas dietas sem glúten porém muito diferentes!

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